quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A imprensa brasileira não é democrática

 Emir Sader

A imprensa tradicional brasileira, a velha mídia, não é democrática, de qualquer ponto de vista que seja analisada.

Antes de tudo, porque não é pluralista. Do editorial à ultima página, a visão dos donos da publicação permeia tudo, tudo é editorializado. Não podem, assim, ter espaço para várias interpretações da realidade, deformada, esta, pela própria interpretação dominante na publicação, do começo ao fim.

Não é democrática porque não contém espaços para distintos pontos de vista nas páginas de debate, com pequenas exceções, que servem para confirmar a regra.

Não é democrática porque expressa o ponto de vista da minoria do país, que tem sido sistematicamente derrotada desde 2002, e provavelmente seguirá sendo derrotada. Não expressa a nova maioria de opinião política que elegeu e reelegeu Lula, elegeu e provavelmente reelegerá a Dilma. A imprensa brasileira expressa a opinião e os interesses da minoria do país.

Não é democrática, porque não se ancora em empresas públicas, mas em empresas privadas, que vivem do lucro. Assim, busca retorno econômico, o que faz com que dependa, essencialmente, não dos eventuais leitores, ouvintes ou telespectadores, mas das agências de publicidade e das grandes empresas que ocupam os enormes espaços publicitários.

São empresas que buscam rentabilidade para sobreviver. Que não se interessam por ter mais público, mas público “qualificado”, isto é, o de maior poder aquisitivo, para mostrar às agências de publicidade que devem anunciar aí. São financiadas, assim, pelas grandes empresas privadas, com quem têm o rabo preso, contra cujos interesses não vão atuar, o que seria dar um tiro no próprio pé.

Não bastasse tudo isso, as grandes empresas da mídia privada são empresas de propriedade familiar. Marinho, Civita, Frias, Mesquita – são não apenas os proprietários, mas seus familiares ocupam os postos decisivos dentro de cada empresa. Não há nenhuma forma de democracia no funcionamento da imprensa privada - são oligarquias, que escolhem entre seus membros os seus sucessores. Nem sequer pro forma há formas de rotatividade. Os membros das famílias ficam dirigindo a empresa até se aposentarem ou morrerem, e designam o filho para sucedê-los.

Tampouco há democracia, nem sequer formal, nas redações dessas empresas. Não são os jornalistas que escolhem os editores. São estes nomeados – e eventualmente demitidos – pelos donos da empresa, os que decidem as pautas, que têm que ser realizadas pelos jornalistas, com as orientações editorializadas da direção.

Uma mídia que quer classificar quem – partidos, governos etc. – é democrático, é autoritária, ditatorial, no seu funcionamento, tanto na eleição dos seus dirigentes, quanto na dinâmica das suas redações.


Como resultado, não é estranho que essa mídia tenha estado ferreamente contra os mais populares e os mais importantes dirigentes políticos do Brasil – Getúlio e Lula. Não por acaso estiveram contra a Revolução de 30 e a favor do movimento contrarrevolucionário de 1932 e o golpe de 1964, que instalou a mais a sangrenta ditadura da nossa história.

Coerentemente, apoiaram os governos de Fernando Collor e de FHC, e se erigiram em direção da oposição aos governos do Lula e da Dilma.

Em suma, a velha imprensa brasileira não é democrática, é um resquício sobrevivente do passado oligárquico do Brasil, que começa a ser superado por governos a que – obviamente – essa imprensa se opõem frontalmente.

A democratização do país começou pelas esferas econômica e social, precisa agora chegar urgentemente às esferas políticas – Congresso, Judiciário – e à imprensa.

País democrático não é só aquele que distribui de forma relativamente igualitária os bens que a sociedade produz, mas o que tem representações políticas eleitas pela vontade popular, e não pelo poder do dinheiro. E que forma suas opiniões de forma pluralista e não oligárquica. Um país em que ninguém deixa de falar, mas em que todos falam para todos.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1188

Postado por:
Laís Venâncio de Melo
Meryglaucia Silva Azevedo
 Graduandas de Licenciatura em Pedagogia - UFCG
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET

V Fórum Internacional de Pedagogia


O Fórum Internacional de Pedagogia tem como missão ser um espaço de promoção e fortalecimento da pesquisa na graduação, possibilitando a divulgação de trabalhos de pesquisas produzidos por alunos de graduação em Pedagogia e áreas afins, de reflexão sobre políticas para a pesquisa, de divulgação e discussão de experiências de pesquisas realizadas em articulação com o ensino e com a extensão na graduação, em quaisquer disciplinas.
O evento é organizado em parceria com a Associação Internacional de Pesquisa na Graduação em Pedagogia-AINPGP (www.ainpgp.org) e objetiva se tornar um espaço de discussão sobre a pesquisa na graduação e na formação docente, via articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
Em sua quinta edição o evento acontecerá na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Campus de Vitória da Conquista, entre os dias 26 a 28 de junho de 2013.
Assim sendo, os organizadores do V FIPED convidam todas as pessoas interessadas no fortalecimento das pesquisas desenvolvidas na graduação em Pedagogia e em áreas afins, para participarem deste evento que terá como foco de debate o envolvimento com a pesquisa na graduação em IES de diferentes países.
O evento realizar-se-á através de conferências, palestras, mesas-redondas, grupos de trabalhos, oficinas e atividades artístico-culturais e contará com a participação de graduandos, graduados e profissionais de universidades do Brasil, Portugal, Moçambique e Honduras.
O tema geral do V FIPED é Pesquisa na Graduação: Justiça social, diversidades e emancipação humana.

 
MAIS INFORMAÇÕES: www.fipedbrasil.com.br 


Fonte: http://www.fipedbrasil.com.br/

Postado por:
Laís Venâncio de Melo
Meryglaucia Silva Azevedo
 Graduandas de Licenciatura em Pedagogia - UFCG
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

MEC defende mudança no piso nacional dos professores em 2013




O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta terça-feira (29) que o Congresso aprove neste ano a alteração do método de cálculo do piso salarial dos professores da rede pública de ensino. Durante encontro com prefeitos recém-eleitos, o ministro afirmou que a regra em vigor exige demais das finanças municipais e estaduais.
Pelo mecanismo atual – que é igualmente criticado por sindicatos de professores de um lado, e  Estados e municípios de outro –, o reajuste tem como base a variação integral do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) nos dois anos anteriores.
Para 2013, o aumento foi fixado em 7,97%, o que elevou a remuneração mínima de um professor com jornada de 40 horas semanas em R$ 1.567,00. No ano passado, o reajuste foi de  22%.
"A posição do MEC é que o piso precisa continuar crescendo de forma sustentável e progressiva, para a gente atrair bons profissionais para a sala de aula, o que só ocorrerá com bons salários", disse o Mercadante, que voltou a apontar os futuros ganhos com a exploração do petróleo na camada pré-sal como uma saída para mais investimentos na educação.
"A melhor forma de nós darmos um salto também nessa discussão são os royalties do petróleo. Se nós tivermos recursos dos royalties, nós vamos resolver o problema do financiamento, inclusive salarial dos professores", disse.

Proposta do governo

O governo enviou ao Congresso uma proposta que troca o índice atual pela variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Essa proposta  é criticada por entidades ligadas aos professores, porque, dessa forma, haveria apenas reposição da inflação, sem ganho real.
No ano passado, a CNTE (Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação), a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e entidades estudantis entregaram ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma proposta alternativa. A sugestão é para que o índice seja calculado com base no INPC, mais 50% da variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno do Fundeb.
A troca pelo INPC também é considerada insuficiente pelos prefeitos. Segundo o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, a mudança não atende às necessidades dos governos estaduais e municipais. "A lei do piso é muito mais ampla do que pagar os mil quinhentos e poucos reais. Ela impõe transferir para todos os aposentados o mesmo valor, ela retroage a 2009, ela tira 1/3 do professor de sala de aula", diz Ziulkoski. "A LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96] diz que tem que ter quatro horas por dia; portanto, tem que empregar mais. Nós temos um milhão de professores nas prefeituras do Brasil, nós temos que empregar 330 mil a mais."
O projeto do Executivo para que o piso nacional do magistério seja corrigido apenas pelo INPC chegou a ser aprovado pela Câmara e pelo Senado. Mas aguarda análise de recurso para que seja apreciado pelo Plenário da Câmara. Enquanto isso, outros projetos de iniciativa de deputados para a mudança do cálculo de reajuste tramitam nas comissões da Casa.
No encontro com os prefeitos, o ministro Aloízio Mercadante defendeu que a nova lei seja negociada por Estados, municípios e professores.
*Com informações da Agência Câmara



Postado por: Bruna Sonaly Diniz Bernadino e Micaelle Ribeiro do Nascimento

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aplicativo brasileiro finalista em prêmio da ONU traduz português para língua de sinais


Mariana Congo

O aplicativo Hand Talk é um dos dois brasileiros entre os 40 finalistas mais bem votados do WSA-Mobile, premiação da Organização das Nações Unidas (ONU) para os melhores aplicativos móveis do mundo. O prêmio será entre 3 e 5 fevereiro, em Abu-Dahbi.
Criado por três empreendedores de Maceió (Alagoas), o aplicativo tem a função básica de traduzir o português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), da comunidade surda.

Mãos que falam

O Hand Talk ainda está em fase de desenvolvimento. É um processo minucioso, segundo os criadores, pois a precisão dos gestos é fundamental.
O avatar, batizado de Hugo, é quem faz a tradução. “As expressões faciais são muito importantes na Libras. O personagem precisa representar os gestos de forma clara. É como no português, em que a entonação define se uma frase é uma pergunta ou uma afirmação”, explica Thadeu Luz, COO do projeto, responsável pela animação em 3D e operação.
No vídeo abaixo, os criadores demonstram as três funções do app: traduzir texto, voz e imagem para a Libras.
A Língua Brasileira de Sinais tem uma estrutura gramatical própria, diferente do português. Por isso, parte da comunidade surda não chega a entender textos em português.



O projeto

“Estamos entre os cinco melhores aplicativos do mundo na categoria inclusão. Para Alagoas, para nós e para o Brasil é muito bom estar entre grandes projetos”, diz Ronaldo Tenório, CEO do Hand Talk, responsável pelo planejamento e marketing. Além de Ronaldo e Thadeu, completa a equipe Carlos Wanderlan, CTO, responsável por tecnologia e desenvolvimento.
A ideia do Hand Talk já existe desde 2008, mas começou a se tornar realidade em 2012. O app participou do Demoday, evento de startups de Alagoas, e foi vencedor do Rio Info em 2012, tradicional salão de inovação.
Alguns investidores e organizações já fecharam parcerias com o Hand Talk, dentre eles a Artemísia, que apoia negócios sociais.
“Nos chamou atenção a característica da equipe. Eles têm conhecimentos complementares e visão de negócio, um caso raro. Muitas startups têm boas ideias mas dificuldade de executar o trabalho”, diz Nelo Brizola, responsável pelo programa de aceleradores de impacto da Artemísia, que recebe inscrições o ano todo.
Ainda neste ano, o plano dos empreendedores é finalizar o protótipo e disponibilizá-lo para aplicativos móveis e computador.
O avatar “Hugo” traduz português para língua de sinais / Imagem: Reprodução


 FONTE: http://blogs.estadao.com.br/radar-tecnologico/2013/01/31/finalista-do-wsa-mobile-aplicativo-brasileiro-hand-talk-traduz-portugues-para-libras/