PPP do Curso de Pedagogia-UFCG

Disponibilizamos para uso de pesquisa o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande-PB.


INTRODUÇÃO

O presente documento tem como função apresentar o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Campus Campina Grande da UFCG, elaborado em conformidade com o disposto nas Resoluções nº. 01/2006, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP), que institui Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Curso de Graduação em Pedagogia, e nº. 26/2007, da Câmara Superior de Ensino da UFCG, que homologa o Regulamento do Ensino de Graduação da Universidade Federal de Campina Grande.
Funcionando, desde 1979, com o propósito de formar docentes para atuarem nos anos iniciais do Ensino Fundamental (antes, 1º grau), este curso de Pedagogia amplia agora sua tarefa, dedicando-se também à formação inicial de professores para a Educação Infantil, com base nas determinações expressas na Resolução CNE/CP nº. 01/2006. Além disso, considerando ainda o disposto nas DCN do Curso de Graduação em Pedagogia, o projeto repensa, entre outros aspectos, a identidade do professor, o seu campo de atuação e o estágio curricular supervisionado. Tais mudanças, por si sós, implicam reformulações significativas na sua proposta atual, que são discutidas no decorrer deste projeto.
Nesse sentido, a construção da proposta pedagógica contou com a relevante contribuição de professores e alunos do curso de Pedagogia, que buscaram conjuntamente refletir sobre aspectos essenciais para a formação docente, em um longo processo de discussões.
A sistematização de tais discussões foi organizada da seguinte maneira: 1) Apresentação do histórico e da situação atual do curso, bem como dos argumentos que justificam sua reformulação; 2) Explicitação dos norteamentos teóricos do projeto; 3) Definição dos objetivos do curso; 4) Delineamento do perfil do egresso; 5) Explicitação do campo de atuação profissional para os alunos egressos; 6) Apresentação da organização curricular; 7) Apresentação das formas de acesso e do número de vagas; 8) Discussão das condições de oferta do curso; 9) Proposta de avaliação do processo ensino-aprendizagem, no âmbito do curso, e da implementação do projeto pedagógico; 10) Referências; 11) Ementário; 12) Minuta de Resolução; 13) Anexos.
Sendo assim, o Curso de Pedagogia ora proposto ratifica o seu compromisso com a sociedade, reiterando sua intenção de formar docentes que efetivamente contribuam para a qualidade do ensino público e democrático.


1. HISTÓRICO DO CURSO E JUSTIFICATIVA PARA SUA REFORMULAÇÃO

Ao tempo em que amplia o espaço institucional das Ciências Humanas e Sociais, na – então – UFPB[1], a criação do Centro de Humanidades (CH), em 1979, busca articular a instituição universitária com os movimentos sociais, repercutindo a conjuntura política nacional.
Uma primeira expressão dessa busca é a conformação assumida pelos cursos de graduação e de pós-graduação, cujo processo de criação ocorre simultaneamente ao do Centro: em lugar do teoricismo meramente acadêmico e bacharelesco, firmam-se sobre uma prática política e pedagógica, que busca aproveitar o melhor aparato teórico e crítico da herança marxista, em um diálogo vivo com as demandas, as necessidades e as experiências dos movimentos sociais.
Nesse contexto, representando a concretização de um esforço histórico voltado à educação da maioria da população, e pautado no reconhecimento da necessidade de uma educação básica de qualidade, o curso de Pedagogia, também criado em 1979, assume um caráter inovador, rompendo com o tecnicismo expresso nas habilitações tradicionalmente oferecidas – Administração Escolar, Supervisão Educacional, Orientação Educacional e Inspeção Escolar – e intentando desenvolver uma práxis que articule as dimensões do ensino e da extensão, referenciada na escola pública e em organizações comunitárias.
Nessa perspectiva, e considerando o aprimoramento da formação dos professores em efetivo exercício do magistério – leigos ou com formação de nível médio (Curso Normal ou equivalentes) – como uma das mais prementes transformações requeridas, naquele momento, pelo ensino de 1º grau, o Curso forja sua identidade como espaço de formação de professores, oferecendo as habilitações Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau, Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau[2] e Educação de Excepcionais - Deficientes da Audiocomunicação, o que o torna um dos pioneiros no Brasil.
Dessas habilitações, a primeira é estabelecida como básica e obrigatória para todos os alunos, refletindo a prioridade, conferida pelo curso, à formação de docentes para a atuação nas séries iniciais da escolaridade obrigatória. Tal priorização expressa a definição da escola de 1° grau como campo preferencial de atuação do Departamento de Educação e Humanidades[3], calcada no entendimento de esse nível ser a base "na qual se assentam todas as aprendizagens posteriores".
Configurando-se, pois, como elemento central do curso, a habilitação Magistério das Séries Iniciais, desde o início de sua implementação, explicita contradições latentes no projeto inicial, como sejam:
- efetiva desarticulação dos momentos constituintes do curso, concretizada pela coexistência da abordagem histórico-crítica, adotada nas disciplinas da área de fundamentos (circunscritas aos dois primeiros períodos), com um enfoque pedagogista, dominante nas disciplinas das áreas de aprofundamento conceitual e das metodologias;
- progressiva restrição e rígido atrelamento da estrutura do Curso a um determinado estágio de uma única corrente teórico-metodológica, implicando a criação e permanência de disciplinas de perfil muito específico e efêmero;
- precária articulação de teoria e prática, agravada pela ênfase em um certo ativismo, caracterizado pela ausência da pesquisa e outras atividades ligadas à produção do conhecimento – ou mesmo, de registro do produzido;
- frágil vínculo institucional com a extensão, desenvolvida como atividade individual de alguns professores, com pequena inserção de alunos;
- reduzido alcance do objetivo proclamado, evidenciando-se uma preparação mais compatível com o exercício da docência na rede particular de ensino, em lugar da escola pública, como almejado no projeto inicial.

Embora evidentes, tais contradições não se constituem em objeto de análise, nem são buscadas formas para superá-las: a única reformulação curricular, feita em 1984, restringe-se a ajustes na grade disciplinar, atendendo às exigências do Conselho Federal de Educação, para reconhecimento da habilitação Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau. Desse modo, a organização formal e os instrumentos normativos do Curso encontram-se em franca obsolescência.
Dialeticamente, e favorecido por uma capacitação maior dos professores, o novo vem se instaurando no cotidiano do curso, que assume uma concepção mais científica, cujas manifestações mais relevantes são o desenvolvimento de atividades de pesquisa, a participação em eventos científicos e uma ampliação significativa de projetos de extensão, agregando número menos restrito de alunos.
Em consonância com o incremento das atividades de pesquisa e extensão, os últimos anos marcam o desenvolvimento, por iniciativas individuais de professores, de um processo de reformulação nos conteúdos de disciplinas, à revelia das suas ultrapassadas ementas, acarretando um descompasso entre o formalmente estabelecido e o efetivamente praticado nos diversos componentes curriculares da habilitação Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau.
Esse descompasso também constitui um traço marcante da habilitação Educação dos Deficientes da Audiocomunicação, cujo currículo – oficialmente, ainda em vigor – foi construído a partir de uma visão clínico-terapêutica da educação de surdos, atualmente, superada pela perspectiva sócio-antropológica.
Assim, a permanência da estrutura curricular original levou, por um lado, a uma adaptação no conteúdo das disciplinas, desrespeitando as ementas previstas e, por outro, à manutenção de alguns conteúdos, principalmente os mais clínicos, impossíveis de adaptação, em detrimento de outros, como por exemplo, estudos sobre a Libras e sobre o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua, próprios dessa nova forma de compreender a educação de surdos.
Para tal reconfiguração, fundamental papel foi desempenhado pela forte ligação entre teoria e prática, instaurada desde os primeiros momentos da habilitação, quando a necessidade de um campo de estágio para as alunas da primeira turma levou à organização, de forma extremamente precária, de duas turmas de alunos surdos, em salas de atividades dominicais, emprestadas pela Igreja Batista Fundamentalista, salas que foram o embrião do que é hoje a Escola Estadual de Audiocomunicação de Campina Grande.
Desde então, vem-se desenvolvendo na Escola a maioria das atividades da habilitação, assim como projetos de pesquisa e de extensão, razão por que a habilitação apresenta, como uma característica peculiar, a forte articulação teoria e prática, referida anteriormente.
Em contrapartida, e ressentindo-se de incertezas vivenciadas pelo Curso Normal ao longo da última década, a habilitação Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau apresenta uma série de dificuldades, que vão desde a sua oferta irregular até uma certa descontinuidade na execução curricular, ocasionada pela carência de professores efetivos para as disciplinas específicas, ministradas, nos últimos anos, por professores substitutos. Em conseqüência, essa habilitação, à diferença das demais, mantém-se inalterada – formal e objetivamente – desde sua criação, na primeira metade da década de 1980.
Somando-se à atual conjuntura interna, que aponta para a necessidade de reformulação deste curso de Pedagogia, as reformas educacionais no Brasil nas últimas duas décadas, mais especificamente a ampliação do Ensino Fundamental, vêm delineando a constituição de uma nova identidade docente, o que exige repensar a formação dos professores.
Nesse contexto, o docente, tomado como figura central desse processo de mudanças na educação brasileira, tem assumido a responsabilidade de inovar para construir a almejada escola pública, democrática e de qualidade, o que vem demandando dele uma constante reflexão sobre a adequação de sua prática às diferentes realidades e características sociais, posto que assegurar a permanência de todos os alunos na escola implica lidar com a diferença em um país que apresenta profundas desigualdades sociais.
Por outro lado, a ampliação das funções da escola, para além da incorporação e transmissão de conhecimentos científicos e de habilidades consideradas fundamentais pela sociedade, impõe aos professores a tarefa de formar o aluno como sujeito social, o que significa um direcionamento da prática pedagógica também à formação para a cidadania.
Em acréscimo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, instituídas pela Resolução CNE/CP nº. 01/2006, exigem a elaboração de um novo projeto pedagógico, visando à adequação às novas determinações ali expressas.
Diante de tal conjuntura, esta proposta de reformulação reconhece a complexidade da formação docente inicial, alinhando-se ao movimento que busca repensar o atual projeto de formação docente no Brasil. Nesse sentido, insere a pesquisa, articulada ao ensino e à extensão, como um princípio norteador da formação de professores, no intuito de fomentar a reflexão sobre a prática pedagógica, transformando-a num campo permanente de investigação.
Assim, analisando a trajetória do curso e refletindo sobre o contexto educacional contemporâneo e sobre o papel de uma agência formadora nele situada, o coletivo do curso constrói esta proposta, considerando que sua efetiva e satisfatória implementação implica o enfrentamento do desafio maior de, reconhecendo a contribuição de diversas concepções teóricas, assegurar uma formação sólida e consistente, mantendo-se à contracorrente da tendência de aligeiramento do curso de Pedagogia ou de sua redução a mera agência de certificação profissional.


2. NORTEAMENTOS TEÓRICO-POLÍTICOS

Das proposições formuladas pelos movimentos da sociedade civil organizada e de iniciativas[4] de instituições de ensino superior, empreendidas nos anos de 1970 e 1980, a formação de docentes para os anos iniciais de escolarização torna-se questão estratégica e temática central nas políticas de educação instauradas na década de 1990, manifestando-se nos níveis da legislação e das políticas curriculares.
No primeiro, que inclui a LDB e um conjunto de leis complementares, são produzidas diretrizes curriculares para os diversos cursos de graduação e de formação de docentes, que procuram reconfigurar o sistema educacional e as unidades escolares, de modo a concretizar determinações de organismos internacionais que passam a ditar os princípios orientadores do projeto educativo então construído. No segundo nível, o das políticas curriculares, são criados programas de diversas ordens, como o do livro didático, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, dos Parâmetros Curriculares em Ação, dos programas voltados para a requalificação do contingente docente etc.
No âmbito dessas redefinições, o Curso de Pedagogia é desconsiderado como locus de formação de docentes para a Educação Infantil e para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental, propondo-se a ocupação desse espaço pelos Cursos Normais Superiores. A reação organizada de entidades e instituições integrantes do movimento em defesa da educação e da democracia brasileiras consegue reverter tal orientação, mediante o Decreto nº. 3.554/2000 e, mais definitivamente, a Resolução CNE/CP nº. 01/2006, pela qual são instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
Consubstanciando um novo ordenamento jurídico, e implicando a formulação de novos projetos pedagógicos para o curso, as DCN “[...] demarcam um novo tempo e apontam para novos debates no campo da formação do profissional da educação no curso de pedagogia, na perspectiva de se aprofundar e consolidar sempre mais as discussões e reflexões em torno desse campo” (AGUIAR et al., 2006, p. 828-829).
Tal aprofundamento explicita contradições, impasses e desafios impostos, pela dinâmica da educação brasileira contemporânea, aos cursos de formação de professores para a educação básica, sobretudo quando voltados aos interesses das camadas trabalhadoras.
Com efeito, as reformas implementadas nos anos de 1990 ocasionam uma significativa expansão quantitativa do Ensino Fundamental e uma ampliação de funções desempenhadas pela escola pública, das quais decorrem reestruturações na gestão e organização do trabalho escolar. Em conseqüência, o trabalho docente passa a compreender uma mulltipicidade de papéis, nem sempre compatíveis com a formação do professor e que contribuem para uma ressignificação da identidade docente e para a desqualificação profissional.
No âmbito estrito do trabalho pedagógico, a permanência do aluno na escola e a garantia da qualidade impõem, aos professores, os desafios de “enfrentar a diferença e a desigualdade social, trazendo para o centro das ações e dos debates as questões relativas a valores, à ética, à cultura, entre outras” (ZAIDAN, 2003, p. 144).
Tais constatações indicam elementos centrais para uma reflexão sobre a formação docente, como sejam:
a) a formação de docentes para uma escola pública democrática implica o reconhecimento de alunos e professores como sujeitos sócio-culturais, historicamente situados;
b) a formação docente deve garantir, para além do domínio teórico-metodológico nas áreas de conteúdo desenvolvidas nas etapas iniciais da escolarização, subsídios para o enfrentamento de questões e dilemas postos pelas condições concretas de vida das camadas trabalhadoras;
c) o processo de formação, contrapondo-se à dimensão instrumental conferida ao conhecimento disciplinar na escola básica, deve permitir a incorporação das múltiplas dimensões compreendidas na construção desse conhecimento, notadamente “seus sentidos e finalidades sócio-históricas”; e
d) a formação profissional requer, necessariamente, “que o professor tenha consciência política de sua condição docente como sujeito que forma e que se forma, que luta por sua profissionalização” (ZAIDAN, 2003, p. 147).

Norteada por essas compreensões, e considerando as orientações do movimento social dos educadores sistematizadas pela Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE, a concepção de docência, a ser desenvolvida no curso de Pedagogia, funda-se nos princípios a seguir explicitados.
1. Sólida formação acadêmico-científica – apropriação de conhecimentos produzidos nas diversas ciências que permitem uma compreensão mais ampla da complexidade do campo da educação, de modo a permitir a análise crítica e a ação na realidade social/educacional.
2. Unidade teoria e prática – diálogo permanente entre os conhecimentos acadêmico-científicos e os saberes experienciais.
3. Compromisso social, ético e político do profissional da educação – vinculação entre um projeto educativo e um projeto de sociedade, do que decorre o comprometimento com a minimização das desigualdades sociais e dos processos de discriminação em suas múltiplas dimensões: econômica, cultural, de gênero, étnica, religiosa, geracional etc.
4. Trabalho coletivo e democratização dos espaços educativos – adoção dos princípios da ética democrática, da justiça, da responsabilidade, da participação, da dignidade, da solidariedade, do respeito mútuo e do diálogo como norteadores da prática profissional.
5. Articulação entre formação inicial e continuada – compreensão do caráter processual da formação, com base na qual a articulação das atividades de ensino, pesquisa e extensão constitui-se como instância de formação dos alunos, dos egressos e do corpo docente do Curso.
6. Indissociabilidade ensino-pesquisa – incorporação da pesquisa como princípio formativo e epistemológico, eixo da organização e desenvolvimento do currículo.

Conforme se entende, a adoção de tais princípios propicia um eixo norteador a todo o processo formativo desenvolvido no curso, em torno do qual se podem articular, coerentemente, as diversas matrizes teóricas que nele circulam, mantendo seus elementos distintivos.


3. OBJETIVOS DO CURSO

Gerais
- Constituir-se locus de construção coletiva da formação de docentes para atuarem na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em espaços nos quais se instaurem processos pedagógicos sistematizados, junto às classes trabalhadoras, tendo como diretriz o compromisso social, ético, político e técnico do profissional da educação.
- Viabilizar discussões teórico-metodológicas que possibilitem uma reflexão crítica e fundamentem ações nas políticas e nas práticas educativas relacionadas à Educação Infantil e aos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Específicos
- Proporcionar diálogos entre saberes acadêmico-científicos e experienciais, mediante atividades de ensino, pesquisa e extensão.
- Contribuir para a compreensão do ato educativo como um processo intencional e historicamente situado, consubstanciado em práticas educativas fundamentadas em princípios democráticos e éticos, mediadas pelas diversas linguagens.
- Propiciar conhecimentos teórico-práticos que permitam, ao egresso, a implementação de práticas pedagógicas fundadas no trabalho coletivo e na democratização dos espaços educativos institucionalizados.


4. PERFIL DO EGRESSO

A compreensão de que: 1) o curso de Pedagogia engloba o campo teórico e investigativo da educação, do ensino, da aprendizagem e do trabalho pedagógico realizados na práxis social; 2) a docência compreende as atividades pedagógicas inerentes a processos de ensino e de aprendizagem, a gestão dos processos educativos, bem como a produção e disseminação de conhecimentos da área da educação; e de que 3) o professor é agente (re)educador das relações sociais e redimensionador das funções pedagógicas, inclusive a gestão da escola, torna necessária uma formação docente que abranja consistente discussão teórica e diversidade de conhecimentos e práticas, com vistas à constituição do pedagogo como um profissional que, entre outros aspectos, deverá:
a) atuar com ética e compromisso objetivando a construção de uma sociedade justa, equânime e igualitária;
b) compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, contribuindo para o seu desenvolvimento físico, psicológico, intelectual, social, entre outros;
c) ensinar língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia, artes, educação física, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano;
d) promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade;
e) participar da gestão das instituições, contribuindo para a elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do seu projeto pedagógico;
f) realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros, sobre os alunos e a realidade sociocultural em que se inserem; sobre processos de ensinar e de aprender; sobre propostas curriculares e sobre a organização do trabalho educativo e das práticas pedagógicas.


5. CAMPO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL

O campo de atuação do formado em Pedagogia abrangerá as seguintes dimensões:
- docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental;
- planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor educacional;
- gestão educacional, incluindo o planejamento, administração, coordenação, acompanhamento, avaliação de planos e de projetos pedagógicos, bem como a análise, formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área de educação;
- produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico no campo educacional.

6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Com base na concepção de docência norteadora deste projeto e nos dispositivos legais regulamentadores das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (Parecer CNE/CP nº. 5/2005 e Resolução CNE/CP nº 01/2006), a organização curricular deste curso de Pedagogia funda-se nos princípios básicos de:
a) articulação teoria-prática, como uma dimensão constituinte de todos os componentes curriculares;
b) pesquisa, como um componente indispensável à formação científica do professor, presente ao longo do curso;
c) interdisciplinaridade, como uma perspectiva de abordagem globalizante e integradora dos conhecimentos adquiridos ou produzidos no processo de formação;
d) dinamicidade, como um elemento de vitalidade da proposta pedagógica e de atualização da formação propiciada pelo curso.

Estruturado no regime semestral e adotando o sistema de créditos, o curso compreende um total de 3.240 horas, a serem integralizadas, no mínimo, em oito e no máximo em onze períodos letivos, no turno manhã, e no noturno, no mínimo em dez e no máximo em catorze períodos letivos, organizados segundo a intenção de “proporcionar aos estudantes [...] experiências cada vez mais complexas e abrangentes de construção de referências teórico-metodológicas próprias da docência” (CNE/CES, 2005, p. 12). Por período letivo, a matrícula será permitida em, no mínimo, 20 (vinte) e, no máximo, 27 (vinte e sete) créditos para o turno matutino, e em, no mínimo, 16 (dezesseis) e, no máximo, 20 (vinte) créditos para o turno noturno, exceto nos períodos em que o aluno cursará as disciplinas Estágio Supervisionado I, II e III, quando o número máximo de créditos poderá ser 23, 26 e 27, respectivamente.
Respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedagógica das instituições, inerentes à atual configuração dos currículos dos cursos de graduação (Pareceres CNE/CES nº. 776/97; CNE/CES nº. 583/2001 e CNE/CES nº. 67/2003), disciplinados por Diretrizes Nacionais Curriculares e, especificamente, de acordo com o disposto na Resolução CNE/CES nº. 01/2006, a organização curricular deste curso de Pedagogia constitui-se de núcleos, articulados e flexíveis, como explicitado na seqüência.


6.1 Núcleo de Estudos Básicos

O primeiro, denominado de Núcleo de Estudos Básicos, tendo como base o estudo da literatura pertinente e a análise crítica de distintas realidades educacionais, inclui, entre outros aspectos, o “estudo, aplicação e avaliação dos textos legais relativos à organização da educação nacional” e a “utilização de conhecimento multidimensional sobre o ser humano, em situações de aprendizagem”. Caracteriza-se pela formação geral do alunado, incluindo conhecimentos que subsidiam a docência, quanto às dimensões filosófica, sociológica, histórica, política, psicológica, econômica, cultural etc., e conhecimentos que oportunizam compreender, problematizar e intervir na organização dos sistemas de ensino e do trabalho pedagógico. Totaliza 2.190 horas (67,6% da carga horária total) e é composto por trinta e sete (37) componentes curriculares que compreendem os conteúdos básicos profissionais:


NÚCLEO DE ESTUDOS BÁSICOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PROFISSIONAIS
DISCIPLINA
CARGA
HORÁRIA
CRÉDITOS
Introdução à Filosofia
60
04
Fundamentos Filosóficos da Educação
60
04
Introdução à Sociologia
60
04
Fundamentos Sociológicos da Educação
60
04
Introdução à Psicologia da Educação
60
04
Fundamentos Psicológicos da Educação I
60
04
Fundamentos Psicológicos da Educação II
60
04
Fundamentos Econômicos da Educação
45
03
Fundamentos Históricos da Educação I
45
03
Fundamentos Históricos da Educação II
60
04
Fundamentos Políticos da Educação
30
02
Didática
60
04
Matemática Elementar
45
03
Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Matemática II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Ciências II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
História II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Geografia II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Fundamentos Lingüísticos
60
04
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
60
04
Processos de Alfabetização e Letramento
60
04
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Língua Materna II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Educação Física na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
30
02
Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
60
04
Fundamentos da Educação Infantil
60
04
Educação Especial
60
04
Estágio Supervisionado I
60
04
Estágio Supervisionado II
150
10
Estágio Supervisionado III
150
10
Trabalho de Conclusão de Curso
-
-
Seminário em Educação I
45
03

Seminário em Educação II
30
02

Seminário em Educação III
30
02

Seminário em Educação IV
30
02

TOTAL
2.190
146


6.1.1 Estágio Curricular Supervisionado

O estágio curricular será realizado com a pretensão de garantir aos graduandos a experiência do exercício profissional, em espaços onde se desenvolvam atividades de gestão de processos educativos, bem como de planejamento, implementação, acompanhamento e avaliação de atividades e projetos educativos direcionados à Educação Infantil e aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Compreenderá uma carga horária total de 360 horas, distribuídas em três componentes curriculares:
1. 60 horas destinadas ao Estágio Supervisionado I, a ser realizado no quinto período, para o curso diurno, e no sexto, para o noturno, objetivando proporcionar ao graduando a oportunidade de participar da gestão de instituições de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, contribuindo para a elaboração, implementação, execução, acompanhamento e avaliação de projetos e programas educacionais;
2. 150 horas destinadas ao Estágio Supervisionado II, a ser realizado no sétimo período, para o curso diurno, e no nono, para o noturno, enfocando as atividades de observação, planejamento, implementação e avaliação de práticas de ensino voltadas à Educação Infantil; e
3. 150 horas destinadas ao Estágio Supervisionado III, a ser realizado no oitavo período, para o curso diurno, e no décimo, para o noturno, enfocando as atividades de observação, planejamento, implementação e avaliação de práticas de ensino voltadas aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Sendo assim, o estágio supervisionado, por meio da problematização da gestão escolar e do processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, referenciada na correlação teoria/prática, também se constituirá em importante foro de realização de pesquisas que venham a produzir conhecimentos pedagógicos e científicos sobre o processo ensino-aprendizagem, bem como sobre propostas curriculares e a organização do trabalho educativo e de práticas pedagógicas. Nesse sentido, exigirá o trabalho interdisciplinar dos diversos componentes curriculares do curso de Pedagogia, promovendo a análise e a intervenção na realidade social através da pesquisa intervenção. Primando por articular a docência à investigação científica, o estágio terá como pressupostos fundamentais os componentes curriculares destinados ao estudo da pesquisa. Especificamente Pesquisa Educacional I deverá ensejar o delineamento de projetos de ensino e pesquisa, a serem desenvolvidos no Estágio Supervisionado I, e Pesquisa Educacional II, o delineamento de projetos para os Estágios II e III.
As turmas de estágio a serem formadas deverão ter, no máximo, 10 (dez) alunos, sob a responsabilidade de um professor, que orientará as atividades relacionadas à docência e à pesquisa. Cada turma executará um projeto coletivo que deverá congregar investigações, a serem realizadas em duplas, em torno de um mesmo tema (referente à gestão escolar, no Estágio Supervisionado I, e ao processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, respectivamente nos Estágios II e III). Desse modo, nos Estágios II e III, a pesquisa estará necessariamente articulada à prática de ensino.
Ao final de cada um dos Estágios, o aluno apresentará, oralmente e por escrito, os resultados de suas investigações sob a forma de uma produção acadêmico-científica individual. As produções resultantes de cada uma das disciplinas de Estágio Supervisionado deverão ser reunidas para compor o trabalho final de curso, que será apresentado ao término do último Estágio Supervisionado. A avaliação desse trabalho ocorrerá no âmbito do componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e será efetuada por uma banca constituída por dois examinadores: o professor do Estágio Supervisionado III e outro professor ou especialista na área da pesquisa.
A relação entre o Curso de Pedagogia e os campos de estágio dar-se-á a partir de convênios celebrados entre a UFCG e instituições de educação, preferencialmente, de natureza pública. No caso do campo de estágio ser uma escola da rede pública, o referido convênio deverá ser firmado entre a Secretaria de Educação e a UFCG.
A celebração de tais convênios não somente assegurará a abertura de espaços para realização de atividades de ensino e pesquisa, mas também permitirá aprofundar a relação entre o Curso de Pedagogia e as instituições de educação, por meio de um canal permanente de troca de saberes.


6.1.2 As disciplinas Seminários em Educação

As disciplinas Seminário em Educação I, II, III e IV objetivam, ao término de períodos da segunda metade do curso, possibilitar a socialização das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelos discentes no decorrer do período letivo. Desse modo, cada componente curricular Seminário em Educação deverá ter estreita articulação com as demais disciplinas do período e, especialmente, com as disciplinas Estágio Supervisionado I, Pesquisa Educacional II, Estágio Supervisionado II e Estágio Supervisionado III, nas quais o aluno desenvolverá atividades de pesquisa.



6.2 Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos

O segundo núcleo, denominado Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos, está voltado às áreas de atuação profissional priorizadas e inclui “investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações institucionais” e “avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos, procedimentos e processos de aprendizagem que contemplem a diversidade social e cultural da sociedade brasileira”. Abrange, portanto, conhecimentos destinados à capacitação do docente para os conteúdos e metodologias específicos de sua área de atuação, além de conhecimentos que, visando a uma maior atualização da formação docente frente às transformações de uma sociedade complexa, plural e em mutação, compõem a parte diversificada da formação. Este núcleo é composto por dezoito (18) componentes curriculares que totalizam uma carga horária de 930 horas. Corresponde aos conteúdos complementares obrigatórios (705 horas correspondentes a 21,8% da carga horária total) e aos conteúdos complementares optativos (225 horas que correspondem a 6,9% do total de horas do Curso).


NÚCLEO DE APROFUNDAMENTO E DIVERSIFICAÇÃO
DE ESTUDOS
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES OBRIGATÓRIOS
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
CRÉDITOS
Leitura e Produção Textual
45
03
Cultura e Educação
60
04
Análise e Produção de Textos Acadêmicos
60
04
Teorias do Currículo
45
03
Política e Gestão Educacionais
45
03
Educação de Jovens e Adultos
45
03
Introdução à Pesquisa Educacional
60
04
Pesquisa Educacional I
45
03
Pesquisa Educacional II
45
03
Avaliação dos Processos Educacionais
45
03
Corpo, Brinquedo e Educação
45
03
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
60
04
Literatura Infantil
60
04
Ensino de Língua Portuguesa na Educação de Surdos
45
03

705
47
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES OPTATIVOS
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
CRÉDITOS
Disciplina da Área de Aprofundamento
60
04
Disciplina da Área de Aprofundamento
60
04
Disciplina da Área de Aprofundamento
60
04
Disciplina da Área de Aprofundamento
45
03

225
15
TOTAL
930
62


Divididas entre quatro componentes curriculares localizados no último período do Curso, 225 horas do Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos são destinadas à área de aprofundamento eleita pelo discente. Após cursar a maior parte das disciplinas dos núcleos de Estudos Básicos e de Aprofundamento e Diversificação de Estudos, o estudante opta, ao término do penúltimo período letivo, por diversificar sua formação, aprofundando seus estudos em uma das áreas oferecidas no referido período.


6.2.1 Áreas de Aprofundamento

Em conformidade com o que é disposto no Parecer CNE/CP nº. 05/2005, “O projeto pedagógico de cada instituição deverá circunscrever áreas ou modalidades de ensino que proporcionem aprofundamento de estudos, sempre a partir da formação comum da docência na Educação Básica e com objetivos próprios do curso de Pedagogia”. De acordo com esse documento, a observação das necessidades e interesses locais e regionais permitirá aprofundar questões que devem estar presentes na formação de todos os educadores, a exemplo de educação de pessoas com necessidades educativas especiais e de educação de pessoas jovens e adultas. O aprofundamento feito pelo discente em uma das áreas ou modalidades de ensino específico oferecidas pelo curso será comprovado em seu histórico escolar e não configurará uma habilitação.
Nessa perspectiva, dentro do Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos, quatro disciplinas correspondentes a 225 horas, situadas no último período letivo do curso, são voltadas ao aprofundamento de estudos em uma área eleita pelo estudante, entre duas oferecidas. A definição dessas duas áreas acontecerá, primeiramente, com base nas possibilidades de oferecimento das disciplinas que as compõem, considerando-se a disponibilidade de docentes que possam assumi-las no período em que forem requeridas. Uma vez identificadas tais áreas, serão levantadas as demandas dos estudantes matriculados no penúltimo período letivo do curso. Desse modo, haverá a definição obedecendo ao seguinte critério: duas áreas, caso haja pelo menos dez alunos interessados por cursar cada uma delas; ou uma, caso a maioria dos estudantes opte por uma mesma área. Havendo a oferta de duas, o aluno opta por uma delas. Não atendido o critério de demanda estabelecido, será oferecida uma área, que deverá ser cursada por todos os alunos.
Feita a escolha, no último período letivo, o estudante cursará quatro disciplinas referentes a sua preferência, o que lhe permitirá dedicar-se ao estudo de uma questão relevante à formação do profissional pedagogo.
Caso o aluno opte por uma área, curse determinada carga horária a ela referente, embora não complementando as 225 horas que totalizam o aprofundamento, e se interesse por aprofundar-se em outra questão, poderá fazê-lo, desde que curse as quatro disciplinas pertencentes à nova área escolhida, perfazendo suas 225 horas. Não será permitido, entretanto, que um aluno integralize duas áreas de aprofundamento.
Diante da pluralidade concernente à formação e à atuação do pedagogo e da multiplicidade de interesses aos quais se voltam os docentes do curso de Pedagogia ora proposto, justifica-se a apresentação de diferentes áreas de aprofundamento. É claro que não será possível oferecer múltiplas áreas em concomitância, mas apresenta-se como premente a necessidade de existirem diversas possibilidades que garantam, em diferentes momentos e contextos, pensar a formação dos docentes e sua diversificação a partir de variadas perspectivas que respeitem as necessidades e interesses locais/regionais e os interesses dos sujeitos em formação. Desse modo, são propostas as seguintes áreas de aprofundamento: Educação de Surdos, Linguagens e Diversidade, Política e Gestão Educacional, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Psicologia Educacional, Tecnologias Educacionais e Educação Matemática, as quais são detalhadas a seguir, com justificativa e disciplinas componentes.


a) Área de aprofundamento em Educação de Surdos

Atualmente, a condição bilí­ngüe dos surdos é fato inconteste, referendada por estudiosos tais como Ferreira Brito, Felipe, Quadros, Moura, Lodi, Perlin, Skliar e Souza, e assumida pela atual política pública nacional de educação, através do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos (MEC/SEESP).
Essa condição parte do pressuposto de que a língua brasileira de sinais - Libras -, de modalidade vísuo-espacial, é a forma adequada para a aquisição e utilização da linguagem pelas pessoas surdas, bem como para o desenvolvimento cognitivo e social desses sujeitos. Por outro lado, a língua portuguesa é compreendida como uma segunda língua, que exige um processo formal para a sua aprendizagem. Essas duas línguas devem permear a educação dos surdos, pois se situam politicamente enquanto direito.
Para que esse direito seja assegurado, a formação de professores bilíngües é um de seus pressupostos. O ensino da língua portuguesa, o entendimento das particularidades culturais dos surdos e do espaço curricular das línguas envolvidas no processo educacional devem fundamentar-se em sólidas bases teóricas, uma vez que nortearão as práticas pedagógicas desses professores.
Dessa forma, considerando que o respeito à diferença lingüística e sócio-cultural dos surdos precisa existir e que sua educação deve ser fortalecida, a área de aprofundamento em Educação de Surdos visa à formação de professores bilíngües que possam atuar nos diversos espaços educacionais nos quais as pessoas surdas estejam inseridas.

Área de aprofundamento em Educação de Surdos
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
A Educação da Pessoa Surda
60
Libras e Prática Pedagógica na Educação de Surdos
60
Ensino Bilíngüe e Educação de Surdos
60
Temas Contemporâneos em Educação de Surdos
45
TOTAL
225


b) Área de aprofundamento em Linguagens e Diversidade

As sociedades contemporâneas, nas quais as culturas impressa e eletrônica se fazem presentes, têm se caracterizado, cada vez mais, como campo de produção e utilização de múltiplas linguagens, que se prestam a objetivos e funções sociais diversos, quando inseridas em práticas sociais específicas, desenvolvidas por distintos grupos sociais.
Nesse contexto, considerando que é também papel da escola preparar o aluno para compreender os mecanismos lingüísticos e fazer uso da linguagem em diferentes situações comunicativas, é imprescindível que o professor em formação, com base em conhecimentos sobre a relação linguagem/cultura/sociedade, possa aprofundar a reflexão sobre diferentes linguagens, com vistas a uma prática pedagógica que contemple tal diversidade.
Sendo assim, esta área de aprofundamento, para além de proporcionar, ao docente em formação, subsídios teóricos sobre algumas linguagens de nossa sociedade (oral, escrita, visual, digital, literária etc.), de modo a otimizar a construção de propostas pedagógicas para cada linguagem específica, objetiva favorecer o conhecimento, a produção e a análise de políticas, propostas pedagógicas e/ou pesquisas educacionais de ensino-aprendizagem das diversas linguagens utilizadas por grupos sociais distintos.
Ao focalizar a formação do profissional de educação como docente e/ou pesquisador no campo da linguagem, esta área contempla as disciplinas listadas a seguir.

Área de aprofundamento em Linguagens e Diversidade
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Linguagens, Cultura e Diversidade
60
Sociolingüística
60
Múltiplas Linguagens e Práticas Pedagógicas
60
Práticas de Letramento e Formação Docente
45
TOTAL
225


c) Área de aprofundamento em Política e Gestão Educacionais

A gestão educacional constitui-se, ao longo das três últimas décadas do século XX, em uma temática de grande relevância acadêmica e política, no âmbito da qual se evidencia o embate teórico-prático entre concepções orientadas por antagônicas racionalidades, a mercadológica-empresarial e a democrático-educacional (FÉLIX, 1984).
Em se considerando, mais restritamente, o curso de Pedagogia, um duplo movimento também confere relevo à dimensão da gestão: por um lado, as Diretrizes Curriculares Nacionais (Resolução CNE/CP nº 01/2006) adotam uma concepção bastante ampliada da docência e do professor, segundo a qual, as atividades docentes passam a compreender, também, a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino.
Por outro lado, o processo de reflexão desenvolvido na Unidade Acadêmica de Educação do CH/UFCG possibilitou o reconhecimento da gestão – da escola e do sistema de ensino – como importante dimensão e espaço de atuação dos egressos – ou dos alunos – do curso.
Ausentes da estrutura curricular do curso de Pedagogia em vigor, estudos sobre a gestão permanecem como uma significativa lacuna no processo formativo dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
São essas as razões que norteiam a decisão de propor a inclusão da área de aprofundamento Política e Gestão Educacional na estrutura curricular do projeto pedagógico do Curso de Pedagogia da Unidade Acadêmica de Educação do CH/UFCG.

Área de aprofundamento em Política e Gestão Educacionais
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Gestão Educacional
60
Políticas de Gestão e Financiamento da Educação
60
Políticas Curriculares
60
Relações de Saber-Poder nos Sistemas de Ensino e nas Escolas
45
TOTAL
225




d) Área de aprofundamento em Educação do Campo

A Educação do Campo, mais do que um “tipo” específico de educação, é uma manifestação política que objetiva fazer aparecer a realidade do campo, bem como aqueles que habitam esse lugar e que se constroem, também, a partir dele. Historicamente, os povos camponeses foram e, de certa forma, ainda são deixados à margem dos projetos de desenvolvimento do Brasil. Isto porque, “no modelo de desenvolvimento que vê o Brasil como mais um mercado emergente, predominantemente urbano, camponeses e indígenas são vistos como espécies em extinção” (MOLINA, 1999, p. 21). Conforme afirma Abramovay (2001), o campo e os camponeses existem e, por assim ser, têm direito a serem contemplados pelos mais diversos setores – públicos e privados – que constituem a sociedade e o Estado brasileiro. Atualmente, os dados revelam a urgente necessidade de ações mais voltadas a essa realidade específica. Apesar disso, os programas de formação de professores – magistério e cursos superiores – não tratam das questões do campo, mesmo nas regiões em que grande parte desses professores poderá trabalhar nesse contexto.
Nesse sentido, o curso de Pedagogia da UFCG, ao criar uma área de aprofundamento de estudos em Educação do Campo, estará contribuindo para modificar o desenho do quadro atual da educação realizada na zona rural, tanto no município de Campina Grande, quanto em cidades próximas, das quais recebe, continuamente, alunos para realizarem sua formação. Essa contribuição incidirá, de maneira direta, na preparação de professores já atuantes ou que atuarão em escolas voltadas ao atendimento a sujeitos com identidade camponesa e, de maneira indireta, na formação desses sujeitos, a partir de um ensino contextualizado que, sem deixar de contemplar o conhecimento universal, tenha como referência os conhecimentos e saberes produzidos/construídos no campo.
Dessa forma, considerando os argumentos anteriormente apresentados, esta área contempla as seguintes disciplinas:

Área de aprofundamento em Educação do Campo
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Educação, Identidade e Cultura do Campo
60
Movimentos Sociais e Educação Básica no Campo
60
Metodologias de Ensino no Campo
60
Educação e Desenvolvimento Sustentável
45
TOTAL
225


e) Área de aprofundamento em Educação de Jovens e Adultos

No atual contexto da sociedade brasileira, a construção de conhecimentos e a formação de professores para atuarem na educação de jovens e adultos (EJA) fazem-se necessárias, de modo a contribuir para o enfrentamento do desafio de garantir, aos brasileiros que deixaram a escola ou nunca a freqüentaram, a oportunidade de ingressar e permanecer nela, usufruindo de uma educação de qualidade social.
As precárias condições de oferta de EJA, os altos índices de evasão e baixo rendimento escolar, a inadequação da escola aos interesses e às necessidades dos alunos, a ausência de formação profissional específica e permanente para os professores, e a desarticulação educação/trabalho compõem uma problemática complexa que sinaliza o afastamento, para horizontes mais distantes, das soluções definitivas para o analfabetismo e subescolarização dessa parcela da população.
Na perspectiva de universalização do ensino de qualidade social, meta relacionada à idéia de educação para a cidadania, atrelada ao desenvolvimento científico e tecnológico, a educação de jovens e adultos, compreendida em seu sentido pleno e não apenas como oferta compensatória de rudimentos de leitura, escrita e cálculo, necessita de profissionais qualificados para atender às especificidades e potencialidades desse público.
 Assim, a área de aprofundamento apresentada buscará, através das suas disciplinas e da sua articulação com a pesquisa e a extensão, problematizar a atuação dos professores de EJA, concatenada às três dimensões básicas da qualificação profissional, quais sejam: preparação técnica, compromisso político para emancipação de indivíduos que vivenciam diferentes processos de exclusão, e sensibilidade na tomada de decisões. Trata-se, pois, de articular as dimensões epistemológica, política, profissional e ética, o que se pretende contemplar nas disciplinas propostas.

Área de aprofundamento em Educação de Jovens e Adultos
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos
60
Práticas Educativas e Construção do Currículo na Educação de Jovens e Adultos
60
Educação Popular e Movimentos Sociais
60
Experiências de Ensino, Pesquisa e Extensão na Educação de Jovens e Adultos
45
TOTAL
225


f) Área de aprofundamento em Psicologia Educacional

As reflexões científicas, no campo dos estudos psicológicos, enriqueceram-se e mostraram que essa área se amplia em função dos diversos olhares sobre os processos de ensino-aprendizagem, considerando aspectos múltiplos e interatuantes (biológicos, sociais, históricos e culturais) no desenvolvimento da mente humana.
Nesse sentido, a área de aprofundamento em Psicologia Educacional proporcionará, ao pedagogo em formação, uma leitura crítica dos processos educacionais, em seus aspectos multidimensionais, bem como dos fatores psicossociais de exclusão na e através da escola.
O aprofundamento dos estudos em Psicologia da Educação contemplará, ainda, uma análise da evolução desse campo do saber em temáticas específicas, os desdobramentos atuais das pesquisas em tal área e suas implicações pedagógicas.
Portanto, essa área de aprofundamento justifica-se pela exigência que se impõe, aos docentes em formação, da necessidade de incursões no debate atualizado da Psicologia Educacional, tendo em vista que não podem prescindir de amplo conhecimento numa área que oferece contribuições efetivas para as práticas educativas.


Área de aprofundamento em Psicologia Educacional
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Mediação Pedagógica
60
Processos Psicossociais de Exclusão
60
Psicanálise e Educação
60
Psicologia Sócio-Cultural
45
TOTAL
225


g) Área de aprofundamento em Tecnologias Educacionais

As mudanças de ordem social, política, educacional, econômica e tecnológica que ocorreram nas últimas décadas implicaram o surgimento de uma diversidade de espaços educativos, instrumentos culturais e processos de aprendizagem que tornam cada vez mais complexas as relações entre professores e alunos e os processos de ensino-aprendizagem no contexto escolar e extra-escolar.
Para enfrentar essa nova realidade, precisamos assumir o desafio de aprender e ensinar os futuros professores a tirar o melhor proveito dos meios tecnológicos e informacionais que passaram a mediar as mais variadas formas de interação social, desde o trabalho, o lazer, até a produção e apropriação de conhecimentos.
A necessidade de conhecimentos específicos a respeito das possibilidades, condições e limitações do uso das tecnologias educacionais atualmente disponíveis, pautada em análises e reflexões críticas a respeito de suas contribuições nas mais diversas áreas do conhecimento humano, justificam a criação de uma área de aprofundamento em Tecnologias Educacionais.
Sob esse enfoque, esta área de aprofundamento possibilitará um diferencial qualitativo na formação acadêmica dos alunos de Pedagogia, pois, a despeito de todas as dificuldades existentes, o uso das tecnologias cresce significativamente nas situações de ensino, seja à distância, presencial ou semi-presencial. Nesse sentido, é urgente a necessidade de ampliar os conhecimentos dos docentes e discentes em formação sobre novas práticas educativas mediadas por tecnologias educacionais, considerando que já vivenciamos, em nosso cotidiano, novas relações sociais mediadas pelas ferramentas de comunicação e informação.

Área de aprofundamento em Tecnologias Educacionais
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Linguagens em Contexto Digital
60
Tecnologias Educacionais e Processos de Aprendizagem
60
Mídias Impressas na Educação
60
Fundamentos Históricos e Políticos das Tecnologias Educacionais
45
TOTAL
225




h) Área de aprofundamento em Educação Matemática

Durante décadas, a Matemática tem se constituído como uma preocupação para profissionais da educação, razão pela qual alguns estudos vêm buscando respostas para os problemas oriundos do trabalho com esse campo do conhecimento. Considerando tal preocupação, surge, nas últimas três décadas, no âmbito mundial, o que hoje denominamos de Educação Matemática, enfocando os aspectos que influenciam a relação entre o professor, o aluno e o saber matemático.
No Brasil, há pouco mais de dez anos, desenvolvem-se estudos mais sistemáticos sobre essa temática. No campo teórico, tem-se avançado nas discussões sobre aspectos como: epistemologia e didática da Matemática; representação semiótica; transposição didática; visualização, entre outros. Tal avanço tem permitido novas reflexões, subsidiando práticas pedagógicas de Matemática em várias áreas: no contexto do campo; na educação de jovens e adultos; na educação especial; e no uso de novos recursos tecnológicos. Diante do exposto, a área de aprofundamento em Educação Matemática se justifica, sobretudo, para fomentar a reflexão sobre tais áreas.

Área de aprofundamento em Educação Matemática
DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
Ensino de Matemática na Educação Especial
60
Educação Matemática de Jovens e Adultos
60
Instrumentos Tecnológicos no Ensino de Matemática
60
A Matemática na Educação do Campo
45
TOTAL
225


6.3 Núcleo de Estudos Integradores

O terceiro núcleo que compõe a organização curricular do curso é o Núcleo de Estudos Integradores, cujo objetivo é propiciar enriquecimento curricular através da participação do aluno em a) seminários, estudos curriculares, projetos de iniciação científica, monitoria e extensão, orientados pelo corpo docente da instituição de educação superior; b) atividades práticas que propiciem vivências nas mais diferentes áreas do campo educacional, e c) atividades de comunicação e expressão cultural, correspondendo a 120 horas (3,7%) da carga horária total do curso.

Ao final de cada período letivo, o Colegiado do Curso apreciará as solicitações de reconhecimento das atividades de enriquecimento curricular realizadas pelos alunos, considerando a sua pertinência aos propósitos definidos no Parecer CNE/CP nº. 03/2006, quais sejam: alargamento das experiências dos estudantes e consolidação da sua formação.

Através de processo formalizado à Pró-Reitoria de Ensino, as atividades realizadas pelo discente e aprovadas pelo Colegiado do Curso serão registradas no histórico escolar do aluno como conteúdos complementares flexíveis.


NÚCLEO DE ESTUDOS INTEGRADORES
Conteúdos Complementares Flexíveis
120
TOTAL
120
6.4 Distribuição das disciplinas por período letivo

a) Turno manhã

Nome da disciplina
Créditos
Carga horária
Pré-requisitos

1º PERÍODO

Introdução à Filosofia
04
60
-
Introdução à Sociologia
04
60
-

Introdução à Psicologia da Educação
04
60
-

Fundamentos Econômicos da Educação
03
45
-

Leitura e Produção Textual
03
45
-

Fundamentos Históricos da Educação I
03
45
-

Cultura e Educação
04
60
-

2º PERÍODO

Fundamentos Filosóficos da Educação
04
60
Introdução à Filosofia

Fundamentos Sociológicos da Educação
04
60
Introdução à Sociologia

Fundamentos Psicológicos da Educação I
04
60
Introdução à Psicologia da Educação

Fundamentos Políticos da Educação
02
30
-

Análise e Produção de Textos Acadêmicos
04
60
Leitura e Produção Textual

Fundamentos Históricos da Educação II
04
60
Fundamentos Históricos da Educação I

Corpo, Brinquedo e Educação
03
45
-

3º PERÍODO

Matemática Elementar
03
45
-

Didática
04
60
-

Fundamentos Psicológicos da Educação II
04
60
Fundamentos Psicológicos da Educação I

Política e Gestão Educacionais
03
45
Fundamentos Políticos da Educação

Fundamentos Lingüísticos
04
60
-

Educação de Jovens e Adultos
03
45
-

Introdução à Pesquisa Educacional
04
60
Análise e Produção de Textos Acadêmicos

4º PERÍODO

Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Matemática Elementar

Avaliação dos Processos Educacionais
03
45
Didática

Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
04
60
Fundamentos Lingüísticos

História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Teorias do Currículo
03
45
-

Pesquisa Educacional I
03
45
Introdução à Pesquisa Educacional

5º PERÍODO

Matemática II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Ciências II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Processos de Alfabetização e Letramento
04
60
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem

História II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Estágio Supervisionado I
04
60
Política e Gestão Educacionais
Pesquisa Educacional I

Seminário em Educação I
03
45
-

6º PERÍODO

Fundamentos da Educação Infantil
04
60
Fundamentos Históricos da Educação II
Fundamentos Filosóficos da Educação

Geografia II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
04
60
-
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Processos de Alfabetização e Letramento

Literatura Infantil
04
60
-

Educação Física na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
02
30
Corpo, Brinquedo e Educação

Pesquisa Educacional II
03
45
Estágio Supervisionado I

Seminário em Educação II
02
30
Seminário em Educação I

7º PERÍODO

Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Ensino de Língua Portuguesa na Educação de Surdos
03
45
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Educação Especial
04
60
-

Língua Materna II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Estágio Supervisionado II
10
150
Estágio Supervisionado I
Pesquisa Educacional II

Seminário em Educação III
02
30
Seminário em Educação II

8º PERÍODO

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
03
45
-

Estágio Supervisionado III
10
150
Estágio Supervisionado II

Trabalho de Conclusão de Curso
-
-
Estágio Supervisionado III (co-requisito)

Seminário em Educação IV
02
30
Seminário em Educação III




b) Turno noite

Nome da disciplina
Créditos
Carga horária
 Pré-requisitos

1º PERÍODO

Introdução à Filosofia
04
60
-

Introdução à Sociologia
04
60
-

Fundamentos Econômicos da Educação
03
45
-

Leitura e Produção Textual
03
45
-

Cultura e Educação
04
60
-

2º PERÍODO

Fundamentos Filosóficos da Educação
04
60
Introdução à Filosofia

Fundamentos Sociológicos da Educação
04
60
Introdução à Sociologia

Fundamentos Históricos da Educação I


-

Análise e Produção de Textos Acadêmicos
04
60
Leitura e Produção Textual

Corpo, Brinquedo e Educação
03
45
-

3º PERÍODO

Introdução à Psicologia da Educação
04
60
-

Didática
04
60
-

Fundamentos Históricos da Educação II
04
60
Fundamentos Históricos da Educação I

Fundamentos Lingüísticos
04
60
-

Fundamentos Políticos da Educação
02
30
-

4º PERÍODO
Fundamentos Psicológicos da Educação I
04
60
Introdução à Psicologia da Educação
Matemática Elementar
03
45
-

Política e Gestão Educacionais
03
45
Fundamentos Políticos da Educação

Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
04
60
Fundamentos Lingüísticos

Introdução à Pesquisa Educacional
04
60
Análise e Produção de Textos Acadêmicos

5º PERÍODO

Fundamentos Psicológicos da Educação II
04
60
Fundamentos Psicológicos da Educação I

Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Matemática Elementar

Avaliação dos Processos Educacionais
03
45
Didática

Processos de Alfabetização e Letramento
04
60
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem

Pesquisa Educacional I
03
45
Introdução à Pesquisa Educacional

Educação Física na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
02
30
Corpo, Brinquedo e Educação

6º PERÍODO

História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Matemática II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Processos de Alfabetização e Letramento

Estágio Supervisionado I
04
60
Política e Gestão Educacionais
Pesquisa Educacional I

Seminário em Educação I
03
45
-

7º PERÍODO

História II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Ciências II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Língua Materna II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Fundamentos da Educação Infantil
04
60
Fundamentos Históricos da Educação II
Fundamentos Filosóficos da Educação

8º PERÍODO

Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
04
60
-

Geografia II na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Educação de Jovens e Adultos
03
45
-

Literatura Infantil
04
60
-

Pesquisa Educacional II
03
45
Estágio Supervisionado I

Seminário em Educação II
02
30
Seminário em Educação I

9º PERÍODO

Teorias do Currículo
03
45
-

Educação Especial
04
60
-

Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
04
60
-

Ensino de Língua Portuguesa na Educação de Surdos
03
45
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Estágio Supervisionado II
10
150
Estágio Supervisionado I
Pesquisa Educacional II
Seminário em Educação III
02
30
Seminário em Educação II

10º PERÍODO

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
04
60
-

Disciplina da área de aprofundamento
03
45
-

Estágio Supervisionado III
10
150
Estágio Supervisionado II

Trabalho de Conclusão de Curso
00
00
Estágio Supervisionado III (co-requisito)

Seminário em Educação IV
02
30
Seminário em Educação III



6.4.1 Fluxogramas

7. FORMAS DE ACESSO AO CURSO E NÚMERO DE VAGAS POR PERÍODO

O ingresso no Curso de Pedagogia, considerando o estabelecido no Artigo 9º da Resolução nº 26/2007 da Câmara Superior de Ensino da UFCG, far-se-á mediante:

I – concurso vestibular;
II – transferência;
III – admissão de graduado;
IV – reingresso;
V – reopção;
VI – programas acadêmicos específicos.

A cada período letivo serão oferecidas trinta (30) vagas para ingresso no Curso de Pedagogia.


8. CONDIÇÕES DE OFERTA DO CURSO

A efetivação do que é proposto neste projeto demanda a garantia de condições, estruturais e referentes a recursos humanos, que possibilitem a plena oferta do curso, ademais quando se consideram as precariedades já existentes nesses âmbitos.
No tocante aos recursos humanos, cabe ressaltar que a Unidade Acadêmica de Educação, à qual o curso de Pedagogia é vinculado, para dar conta da demanda de disciplinas deste curso e das demais Licenciaturas do Centro de Humanidades, conta atualmente com 31 (trinta e um) professores efetivos, dos quais 09 (nove) estão afastados, e com 08 (oito) professores substitutos. Levar em conta o quadro docente que, hoje, vem garantindo a execução da estrutura curricular em vigor faz-se necessário à reflexão acerca das novas necessidades advindas da realização do curso nos moldes aqui propostos, a partir dos direcionamentos definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
Considerando que tais diretrizes estabelecem que o Curso de Licenciatura em Pedagogia deve formar o docente para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e que historicamente o curso de Pedagogia do Centro de Humanidades voltou-se à formação para o Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau (1ª à 4ª série), não há hoje, no quadro docente efetivo da Unidade Acadêmica de Educação, nenhum professor com formação específica na área de atuação da Educação Infantil, nem com estudos e pesquisas direcionados a ela. Esse dado torna imperiosa a necessidade, diante da obrigatoriedade da implementação desta proposta, de contratação de docentes com formação voltada a essa área, inclusive para o acompanhamento dos estudantes na disciplina Estágio Supervisionado II, composta por atividades de observação, planejamento, implementação e avaliação de práticas de ensino voltadas à Educação Infantil.
Necessário se faz ressaltar que a Resolução CNE/CP nº 01/2006, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, estabelece, em seu Art. 12, que “concluintes do curso de Pedagogia ou Normal Superior que, no regime das normas anteriores a esta Resolução, tenham cursado uma das habilitações, a saber, Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, e que pretendam complementar seus estudos na área não cursada poderão fazê-lo”, preferencialmente na instituição na qual cursaram sua primeira formação. Uma vez que o curso de Pedagogia do Centro de Humanidades sempre esteve voltado à formação de docentes para o Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau, pressupõe-se que haverá uma demanda significativa de egressos buscando complementar seus estudos na área não cursada, a voltada à docência na Educação Infantil, fator que também reforça a necessidade de contratação de docentes para essa área.
Cabe ressaltar que, dentro da nova proposta de organização do curso, o estágio curricular supervisionado assumirá uma lógica diferenciada, com 360 horas distribuídas em três componentes curriculares localizados em períodos letivos distintos, cada um voltado a um aspecto da docência: a gestão, a docência na Educação Infantil e a docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dado o número de alunos que comporá cada turma de Estágio e a necessidade de constituição de uma equipe docente responsável pelo acompanhamento dos discentes em sua trajetória ao longo dos Estágios Supervisionados I, II e III, também torna-se imprescindível a contratação de professores para essa área específica de atuação.
Outro dado relevante a ser destacado é o fato de, a partir das referidas diretrizes, ter havido um aumento significativo da carga horária dos cursos de Pedagogia, que deverão ter, no mínimo, 3200 horas. No caso específico deste curso de Pedagogia, houve um aumento de mais de 850 horas na carga horária total, aspecto que implicará, entre outros fatores, o aumento do número de componentes curriculares a serem oferecidos, em virtude também da ampliação da concepção de docência que deve, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, nortear a formação do pedagogo. Desse modo, a ampliação do número de disciplinas que comporão o currículo do curso de Pedagogia também torna necessária a contratação de novos docentes para atuação em áreas como Pesquisa Educacional, Ensino de Arte e Ensino de Geografia.
A observação de que, nesta proposta, o aluno opta por uma área de aprofundamento para dedicar-se à intensificação de seus estudos em uma questão específica também justifica a necessidade de contratação de novos docentes, uma vez que será necessário garantir, além do oferecimento das cinqüenta e cinco disciplinas componentes da formação dirigida a todos os estudantes, mais quatro componentes curriculares referentes a cada uma das áreas de aprofundamento oferecidas, fato que resultará numa ampliação significativa do número de disciplinas oferecidas em relação à estrutura curricular até então vigente no curso.
Em relação às condições estruturais necessárias ao pleno funcionamento da proposta, há muito vêm sendo reivindicadas condições mais favoráveis e adequadas ao funcionamento das atividades do curso de Pedagogia. Tais condições incluem a existência de mais ambientes, voltados aos laboratórios; ao estudo dos docentes e discentes; às atividades de pesquisa e extensão, incluindo o apoio aos grupos de pesquisa e aos projetos de ensino e extensão desenvolvidos no âmbito da Unidade Acadêmica de Educação; às atividades do Grupo PET – Pedagogia; aos ambientes de professores; à criação de uma Biblioteca Setorial etc. Incluem, ainda, as condições para que, nesses espaços, seja possível desenvolver as atividades pedagógicas previstas, o que requer que sejam garantidos equipamentos e materiais que possibilitem, entre outros aspectos, a articulação curricular no âmbito do Curso.

9. AVALIAÇÃO

9.1 Avaliação do processo de ensino-aprendizagem

Tendo a concepção emancipatória do processo avaliativo como fundamento, respeitando a autonomia do professor, as normas estabelecidas na legislação – nacional e local – pertinente e as especificidades teórico-metodológicas dos vários componentes curriculares, a avaliação do ensino-aprendizagem, no curso de Pedagogia, será realizada de forma contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Mediante procedimentos adequados aos respectivos componentes curriculares, o processo avaliativo, superando o caráter classificatório, cumprirá o papel de fornecer subsídios para a reorientação e o aprimoramento do processo pedagógico e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade do curso.


9.2 Avaliação da implementação do projeto

A melhoria do Curso depende da capacidade reflexiva dos seus integrantes. Considerando que este projeto é dinâmico e que pode ser melhorado a partir da constatação da necessidade de alterações e ajustes, propomos a avaliação permanente do Curso numa perspectiva multidimensional, colaborativa e contínua (Saint-Laurent et al., 1995).
O aspecto multidimensional dessa avaliação considera tanto a multiplicidade dos critérios avaliativos, quanto a análise da ação dos diversos sujeitos envolvidos. Nessa perspectiva, tal avaliação deverá voltar-se:
1. ao funcionamento administrativo, incluindo aspectos como infra-estrutura de sala de aula, secretarias e laboratórios; relação funcionários-docentes e funcionários-discentes; relação gestores-funcionários; funcionamento das instâncias deliberativas (assembléias departamentais, reuniões de comissões, colegiados etc.); exeqüibilidade das ações planejadas; horários de funcionamento, dentre outros; e
2. ao funcionamento pedagógico, abrangendo a pertinência das metodologias de ensino (conteúdos, objetivos, referencial teórico, procedimentos de ensino e de avaliação) aos planos de curso das disciplinas; relação professor-aluno; relação entre os planos de curso e os objetivos propostos neste projeto; avaliação de projetos de pesquisa, ensino e extensão etc.
Esses aspectos serão base para a estruturação dos instrumentos avaliativos e serão analisados na perspectiva de cada segmento integrante do curso (discente, docente e técnico-administrativo), o que possibilitará uma análise dos olhares de cada grupo de sujeitos em relação a um mesmo aspecto em análise; daí a avaliação ter caráter colaborativo.
Pensamos ainda na continuidade do processo. Em virtude disso, a avaliação deverá ser realizada ao final do período letivo, em semestres alternados e contará com a aplicação, aos diferentes segmentos componentes do curso, de um instrumento avaliativo que contemple as dimensões funcionamento administrativo e pedagógico.
O processo avaliativo será conduzido por uma equipe composta por representantes dos diversos segmentos, escolhidos por seus pares, e dirigido pela Coordenação da Graduação em Pedagogia. Essa equipe terá a responsabilidade de elaborar o instrumento avaliativo, modificando-o quando se fizer necessário. Também caberá, a ela, aplicar o instrumento e sistematizar os dados obtidos, analisando-os com vistas à produção do relatório conclusivo da avaliação.
Esse relatório será socializado com os sujeitos do curso no período letivo subseqüente à aplicação do instrumento avaliativo. Durante a socialização do referido relatório, a equipe responsável pela avaliação terá como objetivos: 1) apresentar os resultados de modo a problematizar as condições atuais de funcionamento do curso; 2) construir encaminhamentos voltados à resolução dos problemas detectados; e 3) otimizar a continuidade e qualidade do processo avaliativo. Após tal socialização, os resultados da avaliação serão submetidos à apreciação do Colegiado de Pedagogia e da Assembléia da Unidade Acadêmica de Educação.
O processo avaliativo em questão poderá, ainda, ser desenvolvido enquanto projeto de pesquisa e extensão, contando com a participação de discentes que investigarão o seu próprio processo formativo, enquanto participam dele como alunos e pesquisadores auxiliares.


10. REFERÊNCIAS

AGUIAR, Márcia Ângela et al. Diretrizes curriculares do curso de pedagogia no Brasil: disputa de projetos no campo da formação do profissional da educação. Educação & Sociedade, v. 27, n. 96, São Paulo: Cortez: Campinas: CEDES, out. 2006. p. 819-842.
SAINT-LAURENT, L. et al. Programme d’intervention auprès des élèves à risque: une nouvelle option éducative. Montréal, Canadá: Gaetan Morin, 1995.
ZAIDAN, Samira. Reformas educacionais e formação de professores no Brasil. In: OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.). Reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes. Belo Horizonte: Autêntica, 2003, p. 143-148.





[1]        Em abril de 2002, a partir do desmembramento da UFPB, é criada a Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, da qual o Centro de Humanidades passa a fazer parte.
[2]        Denominações conferidas, na Lei n°. 5692/71, respectivamente, à etapa obrigatória da educação nacional – atualmente, Ensino Fundamental – e à última etapa da educação básica – hoje, Ensino Médio, na modalidade Normal.
[3]        Ao lado do curso de Pedagogia, esse Departamento cria a Licenciatura em Letras e o curso de Especialização em Educação, voltados à formação de professores para as séries finais do ensino de 1º grau.
[4]        Do que é exemplo a criação deste curso de Pedagogia, como relatado na seção anterior.

Um comentário:

  1. Parabéns alunos e professores. O blog é mais um canal de troca de informações. Excelente texto.

    ResponderExcluir